Estando a oração em ordem direta (seus termos se sucedem na seguinte progressão: sujeito → verbo → complementos do verbo (objetos) → adjunto adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o uso da vírgula é, de modo geral, desnecessário. Assim:
1. Não se usa vírgula:
Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si:
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado
b) entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.
Entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal.
2. Usa-se a vírgula:
Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.
Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Usa-se a vírgula para isolar:
- o aposto:
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo:
Ora, Thiago, não diga bobagem.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
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